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O ÍCONE DA VIRGEM DAS TRÊS MÃOS


O ícone da Mãe de Deus “das Três Mãos”

No século XIX, no tempo dos iconoclastas, São João Damasceno (4 de dezembro) era reconhecidamente zeloso na veneração aos santos ícones. Em razão disto foi difamado pelo imperador e iconoclasta Leo III, o Isaurita (717-740), que informou o califa de Damasco que São João estava cometendo atos de traição contra ele. O califa ordenou então que fosse cortada a mão direita do monge e levada ao mercado.


Ao final da tarde, após ter se apresentado ao califa para ter a mão cortada, aproximou a junta da mesma e prostrou-se ao chão diante do ícone da Mãe de Deus. O monge rezou para Nossa Senhora curar sua mão, que muito havia escrito em defesa da Ortodoxia. Depois de uma longa oração ele adormeceu e viu em sonhos a Toda Pura Mãe de Deus voltada para ele, prometendo-lhe curá-lo rapidamente.


Antes disto, a Mãe de Deus recomendou-lhe trabalhar sem descanso com sua mão. Quando despertou, São João viu sua mão novamente intacta. Em agradecimento à essa cura, São João colocou nesse ícone uma mão confeccionada em prata, do que resultou a denominação de “Ícone das Três Mãos”. Alguns iconógrafos, em sua ignorância dos fatos, erroneamente desenharam a Sagrada Theotokos com três braços e três mãos.


Conforme a tradição, São João escreveu um hino de louvor à Mãe de Deus: “Toda a criação se rejubila em Ti, ó Cheia de Graça”, que aparece no hino “É verdadeiramente justo”, na Liturgia de São Basílio, o Grande. São João Damasceno aceitou a vida monástica no Mosteiro de São Saba, o Santificado, ao qual concedeu o seu milagroso ícone. O superior da Laura de São Saba apresentou o ícone para a benção de São Saba, arcebispo da Sérvia (+ 12/01/1237).


Durante a invasão da Sérvia pelos Turcos, alguns cristãos, desejando proteger o ícone, confiaram-no à guarda e proteção da própria Mãe de Deus. Colocaram-no sobre um burro que, sem ninguém a conduzí-lo, foi até Athos e parou defronte ao Mosteiro de Kilandari. Os monges colocaram o ícone na catedral do mosteiro (katholikon). Durante um período de discórdia sobre a escolha do Igumen, a Mãe de Deus dignou-se a dirigir-se ao mosteiro Ela própria, e desde então Seu santo ícone ocupa o espaço do Igumen no templo. No mosteiro de Kilandari há somente um vigário e através do santo ícone os monges tomam bênçãos para cada diferente obediência.





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