Apesar de todos os açoites e castigos, Sapricio não vacilou e a graça de Deus esteve com ele até o momento em que o governador lhe disse: “o sacerdote dos cristãos está convencido que ressuscitará para uma segunda vinda; que ele seja então entregue aos executores para que sua cabeça seja decepada de seu corpo.” Com muita fé, o sacerdote foi conduzido até o local de sua execução. Enquanto isso, Nicéforo estava muito confuso: satisfeito por seu amigo ter a graça de sofrer o martírio, porém preocupado por desejar ser purificado de qualquer mancha. Aproximou-se dele, em meio a multidão, prostrou-se diante dele e disse; “Ó mártir de Cristo, perdoa-me pelos pecados que cometi contra ti”. Sapricio se manteve em silêncio; não disse uma palavra e nem olhou para o ele. Então os soldados o açoitaram e dele caçoavam dizendo: “este insensato está pedindo perdão a um homem que está a beira da morte”. Por fim chegaram ao lugar da execução e o carrasco ordenou que Sapricio se abaixasse para lhe cortar a cabeça. Porém, já que a divina graça lhe tinha deixado por causa de sua atitude rancorosa, começou a gritar: “porque querem cortar a cabeça? Responderam: “porque te recusas a adorar nossos deuses e a obedecer às ordens do imperador por amor àquele chamado Jesus”. Sapricio respondeu: “irmãos, não me matem; estou disposto a fazer tudo o que me pedem”. Ouvindo aquilo, Nicéforo dizia: “Que lástima! Sapricio fraquejou”. E gritava: “Que estás fazendo, irmão meu? Negas a Cristo, nosso bom Mestre? Não percas a coroa que ganhaste por seus sofrimentos e dores”. Sapricio não quis escutá-lo. Então Nicéforo se apresentou diante do verdugo e disse: “Eu sou cristão e creio em Jesus Cristo quem este miserável acabou de negar. Estou disposto a morrer em seu lugar”. Todos os presentes ficaram surpreendidos e os soldados, confusos, consultaram o imperador dizendo: “Sapricio decidiu fazer oferendas aos deuses, porém aqui existe um homem que professa sua fé em Cristo e diz estar disposto a morrer por Ele”. O governador então ordenou que libertassem Sapricio e que executassem Nicéforo que foi glorificado no dia 9 de fevereiro do ano 260. O Oriente e o Ocidente cristãos recordam sua memória neste dia.