
«O mais sublime dos anjos foi enviado dos céus para saudar e anunciar a encarnação do Verbo à Virgem Maria. A virtude do Altíssimo tendo coberto Maria com sua sombra, tornou Mãe àquela que era Virgem sem núpcias»: eis o mistério celebrado na Festa da Anunciação. O Concilio de 860 afirma: «O que o Evangelho nos diz por palavras, o ícone nos anuncia pelas cores». Sendo assim, somos chamados a mergulhar na profundidade deste mistério contemplando com o coração aquilo que nossos olhos vislumbram sobre o ícone da Anunciação.
Nossos olhos são atraídos pelos esplendor dos detalhes das figuras principais deste acontecimento, iconografado de maneira tão minuciosa e precisa, que faz brotar do coração daquele que o contempla, o estupor e o êxtase divino. Um desses personagens é o Anjo Gabriel que está vestido de branco, a cor que precede a luz da manhã, a cor que anuncia o nascimento. As suas mangas são de cor azul que é a cor da imaterialidade e da pureza. Na mão esquerda, empunha um bastão, símbolo da autoridade e da dignidade da pessoa, do mensageiro e do peregrino. A sua mão direita e os seus olhos apontam para a Virgem, destinatária exclusiva daquela mensagem vinda dos Céus. Os dedos estão posicionados como na bênção tipicamente bizantina: os três dedos abertos (polegar, indicador e mínimo) recordam a Trindade enquanto que os outros dois (médio e anular) estão reunidos simbolizando a natureza divina e humana de Cristo.O Anjo está envolto numa luminosidade para distinguir que ele fora enviado por Deus como Mensageiro.