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Festa de São João Damasceno e Santa Bárbara

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Reverendos Padres,

Senhores Conselheiros de nossa Igreja,

Prezados paroquianos,

Queridos em Jesus Cristo.

Primeiramente damos graças a Deus que nos reuniu hoje em seu nome para celebrarmos esta Santa Eucaristia, a qual santifica nossas almas e nossas vidas através da Palavra de Deus e do Corpo e Sangue do Senhor Jesus Cristo que recebemos.

Em nosso folheto dominical sempre encontramos assuntos informativos e educativos sobre o Evangelho, a Igreja e seus Santos, especialmente hoje no encarte do folheto, com um resumo das vidas dos santos que celebramos nestes dias.

Quem lê num livro litúrgico com as datas das festas dos santos, vai verificar que diariamente a Igreja celebra um ou mais de seus santos ou santas.

Por isso nossa Igreja é chamada a Igreja dos santos e mártires, pois na base da construção de nossos templos deve haver relíquias de um destes santos.

Nestes dias, por exemplo, festejamos santos que são, para nós, de especial devoção:

São João Damasceno, celebrado a 04 de dezembro, cuja comemoração transferimos para hoje, pois ele é nosso padroeiro e protetor, o santo cujo nome adotamos na vida sacerdotal e episcopal.

Este santo viveu no século VIII, e foi um grande sacerdote e monge, doutor da Igreja, defensor da fé e compositor de melodias sacras. Santa Bárbara, comemorada na mesma data que São João Damasceno, 04 de dezembro, especialmente venerada pelos cristãos de Antioquia e por toda a Igreja Antioquina e as demais Igrejas Ortodoxas no mundo, uma grande mártir e exemplo de dedicação da vida a Deus, derramando o sangue por amor a Cristo no século IV.

São Sabas, celebrado a 05 de dezembro, ilustre monge e baluarte da Igreja Ortodoxa.

São Nicolau, Arcebispo de Mira, na Ásia Menor, no século IV, admirado por sua extrema caridade e poder de operar milagres, preocupado com os mais pobres, aos quais socorria, que comemoramos em 06 de dezembro.

Não falarei hoje sobre suas vidas ou sobre a luta que cada um deles travou nesta terra, pois isto vocês poderão ler no encarte de nosso folheto dominical.

Santo Bispo Nicolau de Mira ficou conhecido, através dos séculos, como o homem da caridade e da beneficência, como “taumaturgo”, ou seja, milagroso, que cuidava dos pobres e viúvas, e de todos os necessitados de ajuda.

Assim, tornou-se conhecido, em alguns países da Europa como “Papai Noel”, e esta figura se tornou conhecida em todo o mundo.

Tornou-se símbolo da doação desinteressada e do dar presentes.

Com certeza este gesto da entrega de presentes traz muita alegria, especialmente às crianças, a maioria das quais crê que o presente do Papai Noel vem do Céu, de Deus.

Os livros eclesiásticos narram os atos santos de caridade, de bondade, de doação da de São Nicolau e da grande maioria dos santos.

Hoje, ao celebrar a memória de São Nicolau, padroeiro desta igreja e paróquia, posso afirmar que, sem dúvida, ele sempre estará vivo nos corações de muitos de nós, e, apesar dos tempos difíceis que vivemos e que, por vezes, nos afastam de nossos valores interiores, de nossas necessidades espirituais, creio que São Nicolau continua em vigília, protegendo todos aqueles que o reverenciam e celebram, anualmente, sua festa.

Gostaria, nesse sentido, de contar a todos uma pequena história relacionada a São Nicolau, com o título “O Benefício Que Não Se Perde”.

Esta história mostra, por um lado, a presença e proteção vigilante deste santo em favor da salvação das almas dos que celebram sua memória, e, por outro lado, mostra a importância e influência de sua festa anual na vida dos fiéis que são seus devotos.

Desejo que esta história nos ajude a nos aproximarmos mais dos santos padroeiros e da celebração dos mesmos, especialmente daqueles dos quais temos o nome, que são nossos padroeiros pessoais.

Esta história nos narra o seguinte:

Havia na cidade de Constantinopla, nos tempos do Império Bizantino, um comerciante que amava muito a Deus e venerava São Nicolau, celebrando todo ano a festa do santo.

Com o passar do tempo envelheceu, e como não pudesse mais trabalhar, ficou pobre.

Certo ano, pouco antes do dia da festa de São Nicolau, disse ele à esposa: “O dia de nosso amado protetor, São Nicolau, está chegando, e não temos dinheiro para celebrar esse grande dia.

la lhe respondeu: Eu também venero muito São Nicolau, e estou pensando que já somos idosos, não devemos ter mais muito tempo de vida nesta terra e não temos filhos, não há ninguém para quem devêssemos deixar bens. Vamos, então, vender o que temos e usar para louvar a Deus e ao milagroso São Nicolau.

O único bem que possuímos é uma vaca. Vamos vendê-la e comprar o necessário para celebrar o santo.”

Aquele senhor se dirigiu, então, ao mercado da cidade com a vaca, para vendê-la.

Já chegando ao mercado encontrou o próprio São Nicolau na pessoa de um homem idoso, de aparência distinta, que lhe perguntou: “Para onde você vai, meu amigo?”

Ao que ele respondeu: “Vou ao mercado vender esta vaca”.

O desconhecido lhe perguntou, então, quanto ele queria por ela.

O pobre homem respondeu: “No passado ela valia 8 liras de ouro, mas agora aceito o valor que quiserem me dar.”

O desconhecido lhe deu, então, seis liras de ouro, pegou a vaca e se foi.

Chegando ao mercado, alguns conhecidos se aproximaram e perguntaram com quem ele estava falando, pois haviam visto que ele parecia conversar com alguém, mas não viram ninguém com ele nem ouviram outra voz além da dele.

Ele respondeu: “Eu estava conversando com um senhor de aparência distinta e digna, que comprou minha vaca e se foi.”

Enquanto isso São Nicolau, apresentando-se como aquele distinto homem idoso, foi até a casa de seu pobre devoto e entregou a vaca à esposa do mesmo, dizendo a ela que conhecia seu marido, que era seu velho amigo, e que lhe havia pedido que levasse a vaca até sua casa e entregasse à sua esposa.

Entregou a vaca à mulher e foi embora.

A mulher ficou muito zangada com o marido, pois pensou que ele havia ficado com pena de vender a vaca, como havia prometido que faria.

Quando ele retornou, ela lhe disse: “Você me enganou e mentiu para São Nicolau. Teria sido melhor se você tivesse voltado sem nada, do que não cumprir sua promessa. Pegue a vaca e fique com ela, pois eu não quero mais viver com um mentiroso que não cumpre suas promessas e não honra sua palavra. Você, com isso, estragou todo o bem que fez em sua vida.”

O pobre homem ficou sem palavras para responder à esposa, tamanho era sua surpresa e espanto.

Quando conseguiu falar, perguntou à mulher: “Quem trouxe a vaca, e quando?”

Ela lhe contou com detalhes o que havia acontecido e descreveu como era o homem que lhe havia entregue a vaca.

Ele, depois de ouvir a esposa, se pôs a pensar em quem seria aquela pessoa, e, após alguns minutos, exclamou: “Salve Deus e sua misericórdia sobre seus servos! Foi, com certeza, o próprio São Nicolau que comprou de mim a vaca e a devolveu para nós e nossa pobre casa.”

Naquele momento o casal ajoelhou-se e agradeceu a Deus e ao milagroso São Nicolau, que socorre prontamente os que o reverenciam.

A notícia deste milagre se espelhou por toda Constantinopla, chegando aos ouvidos do Patriarca, o qual, após apurar os fatos, mandou que se desse, da Basílica de Santa Sofia, um auxílio mensal àquele casal enquanto vivessem.

Esta história piedosa deve calar profundamente em nossos corações e nos ensinar a crer e confiar em Deus e em nossos intercessores junto dele, os santos e santas, alegrando-nos em celebrar suas festa.

Assim, peço a Deus que ilumine nossas mentes e nos guie a Jesus Cristo, o qual é a nossa luz e a vida verdadeira, fonte de santidade, Mestre e Senhor de todos os santos.

Por isso temos a grata satisfação de agradecer a todos por sua presença e participação hoje nesta Divina Liturgia.

Agradecemos, acima de tudo, a Deus, por esta celebração de nosso onomástico, rogando-lhe que nos dê força e saúde para, junto como nosso Clero e com nossos conselheiros, e todos os nossos fiéis, servir a Igreja de Jesus Cristo do melhor modo possível.

Finalmente, queremos dar os parabéns a todos que tem o nome dos santos celebrados nestes dias: Sabas, Nicolau, Bárbara e Damasceno.

Parabéns, ainda a todos os antioquinos pela festa de sua padroeira, Santa Bárbara. Muito obrigado a todos e que Deus vos abençoe.

Dom DamaskinosMansour

Arcebispo Metropolitano

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